sábado, maio 27, 2006

ENERGIA NUCLEAR

A Quercus, Associação Nacional de Conservação da Natureza, publicou no passado dia 22 de Maio um comunicado no qual referem que a realização de um referendo sobre a introdução da energia nuclear em Portugal, não deverá ser para já uma prioridade.
Segundo a organização não governamental, apenas fará sentido a realização desse mesmo referendo quando estiver definido o local de instalação da central e acima de tudo, quando a energia nuclear for considerada uma opção estratégica para Portugal.
A Quercus apresenta várias razões para esta energia não ser considerada como opção estratégica para o nosso país. “Contrariamente ao que vem sendo apregoado pelos apologistas da central nuclear, esta forma de energia não conseguiu ainda ser economicamente viável, a não ser quando lhe são oferecidas condições muitos especiais quer ao nível de apoios ao financiamento, quer ao nível da passagem de responsabilidades para o Estado”. É pois difícil de acreditar que um projecto como este consiga vingar sem o apoio do Estado.
Este tipo de energia não permite diminuir a dependência do petróleo, o que é um grande problema do nosso país.
Não se trata de uma energia limpa, uma vez que liberta bastante dióxido de carbono ao longo do seu ciclo de vida e produz imensos resíduos perigosos, cujo seu tratamento não é possível.
O risco de ocorrência de acidentes não pode ser excluído, por muito que se afirme que é uma tecnologia segura. Se assim fosse, não haveria necessidade de estar estabelecido internacionalmente o limite de responsabilidade financeira de uma central em caso de acidente. O fundo estabelecido internacionalmente implica que, em caso de ocorrência de um acidente em Portugal onde 10% da população fosse afectada, cada um desses cidadãos receberia 1500€ de indemnização, sendo que desse valor, a central pagaria 47%, o Estado 33% e a comunidade internacional 20%.
A localização deste tipo de infra-estrutura é outro dos entraves com que a energia nuclear se depara, uma vez que é necessária muita água para a sua laboração e com os problemas de seca que temos, não será fácil arranjar um local com água em abundância.
Para além deste factor, existe ainda a opinião pública, que nestas coisas é sempre muito severa! Existe o chamado efeito Nimby, no qual as pessoas referem que podem fazer o que quiserem, desde que não seja às suas portas e neste caso, ninguém vai querer ter uma casa com vista para a central nuclear…
Em suma, a Quercus considera que este não é o debate mais urgente, importa sim implementar efectivamente a eficiência energética, poupando dinheiro ao país, assim como melhorar o desempenho das energias renováveis e aumentar a sua contribuição nacional, estimulando ao mesmo tempo o emprego descentralizado e promovendo o desenvolvimento local.

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

Site recomendado: http://quercus.sensocomum.pt/ - página da Quercus

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