segunda-feira, novembro 27, 2006

COMPOSTAGEM NAS ESCOLAS



Arrancou no passado dia 06 de Novembro o projecto “Compostagem nas Escolas”. Desenvolvido pela Câmara Municipal de Portalegre e com a colaboração da VALNOR, o projecto abrange neste momento oito escolas da cidade de Portalegre: Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Escola Superior de Educação, Escola Secundária S. Lourenço, Escola Secundária Mouzinho da Silveira, Escola B. 2,3 José Régio, Escola B. 2,3 Cristóvão Falcão, Escola Básica 1 da Corredoura e Escola Básica 1 dos Assentos.
O projecto foi pensado já em 2004, mas por várias razões arrancou apenas este ano. Antecipando o arranque da Central de Compostagem da VALNOR, no próximo ano, pretende levar aos jovens o processo da reciclagem orgânica, uma vez que quanto à reciclagem de inorgânicos como o papel, plástico e o vidro, as coisas têm corrido bem, fruto também das inúmeras acções de divulgação e sensibilização.

Foi entregue a cada escola participante um compostor, que é o recipiente semelhante a um contentor do lixo, no qual se vai desenvolver o processo da reciclagem orgânica. Foi seleccionada uma turma por escola para ficar responsável pelo compostor, no entanto todos podem participar colocando os resíduos orgânicos apropriados tais como: restos de hortaliça, cascas de fruta, folhas e sacos de chá, cascas de batatas, aparas de relva, folhas, ervas, ramos de arbustos, palha, entre outros.
No final do processo o que sobra é uma substância com cheiro a terra semelhante a um solo rico em substâncias orgânicas. O composto pode ser usado em relvados, jardins, quintais, à volta das árvores ou mesmo em plantas envasadas. Este fertilizante melhora a estrutura e porosidade dos solos, quer arenosos quer calcários, permitindo uma melhor retenção de água e nutrientes e um melhor arejamento, reduzindo a erosão. Alguns estudos demonstraram que o uso do composto diminui a ocorrência de determinadas pragas das plantas.
Refira-se que este processo é muito demorado, uma vez que é necessário algum tempo para a matéria orgânica entrar em decomposição, pelo que faço um apelo às escolas participantes, não desmotivem com o passar do tempo, pois o resultado final vai-vos surpreender certamente.
Bom trabalho para todos e que façam um bom composto.

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

Site recomendado – http://www.cm-portalegre.pt/ (consultar o tema Ambiente e a secção compostagem doméstica)

domingo, novembro 12, 2006

CHUVA,CHUVA,CHUVA

Nesta secção, que estás prestes a comemorar dois anos de existência, resolvi iniciar com um artigo sobre as alterações climáticas. Agora, passado esse tempo, escrevo novamente sobre o assunto, até porque os acontecimentos dos últimos dias, levaram muitas pessoas a questionarem-se sobre o porquê de determinados acontecimentos.
Será normal chover tanto como tem chovido? E muitos dizem “Claro, estamos no tempo da chuva, se não chover agora quando vai chover?!” ou então “Com 60 anos de vida, eu nunca vi uma coisa assim, não sei de onde vem tanta água!”. Muitas são as opiniões, qual delas a correcta? Talvez não haja resposta correcta…

Iniciou-se no passado dia 06 de Novembro em Nairobi, no Quénia, a 12.ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas. A Quercus também está presente através de um membro da Direcção Nacional Francisco Ferreira (por acaso, um antigo professor meu). Vários são os temas debatidos, entre eles: - Que objectivos para a redução de emissões de gases de efeito de estufa após o final do primeiro período de compromissos do Protocolo de Quioto em 2012? - Como envolver os países em desenvolvimento? - Que perspectivas para os Estados Unidos virem a integrar um compromisso no quadro de obrigações existentes e/ou a desenvolver? - Como lidar com o número cada vez maior de evidências relativas aos impactes das alterações climáticas à escala mundial e em Portugal.

A situação actual não está nada favorável, basta olharmos para as palavras do ministro do Ambiente queniano, Kivutha Kibwana, já durante a conferência: «As alterações climáticas estão rapidamente a emergir como uma das ameaças mais sérias que a humanidade alguma vez poderá enfrentar».
Portugal em 2004 estava 40,8% acima de 1990, obrigando o Protocolo de Quioto a um aumento limite de 27%. O Governo já assumiu que em relação à meta de Quioto de 76,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente se verificará uma ultrapassagem em 5,8 milhões de toneladas/ano, implicando um custo total de 348 milhões de euros que já começaram a ser assumidos pelos Orçamentos de Estado de 2006 (6 milhões de euros) e 2007 (72 milhões de euros) na constituição de um Fundo de Carbono. Para assegurar o cumprimento das estimativas de cumprimento do Protocolo de Quioto presentes no Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) publicado em Agosto de 2006, tal implica uma redução média das emissões de gases de efeito de estufa em cerca de 1% por ano entre 2004 (último ano com dados de emissões conhecidos) e 2012. Esta redução decorre da ultrapassagem prevista no PNAC atingir 36,6% acima dos níveis de 1990 (isto é, 9,6% acima dos 27% estabelecidos no Protocolo de Quioto). Sabendo-se que em 2005 houve um aumento das emissões em Portugal derivadas da seca, a redução deverá no entanto ser superior. Esta redução é vista pela Quercus e confesso, que por mim próprio, como muito optimista face à incapacidade de implementação das medidas de redução de gases de efeito de estufa previstas.

No final, vamos pagar (e muito) para poluir…

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

Site recomendado: www.quercus.pr – Associação Nacional de Conservação da Natureza

quarta-feira, novembro 01, 2006

PERSU II

Está neste momento em discussão o Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos 2006-2016 (PERSU II) e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) já fez sentir o seu desagrado com aquilo que está previsto acontecer.
Trata-se de um documento que visa estabelecer as normas para a próxima década, no que à gestão de resíduos sólidos urbanos diz respeito.
Vários são os pontos de discórdia, o que levou o presidente da ANMP a intervir durante esta semana, chamando a atenção dos portugueses que têm andado “distraídos” com a subida dos preços da electricidade.
As tarifas de resíduos sólidos, já elevadas, irão aumentar ainda mais. A situação pode tornar-se muito complicada para alguns dos municípios que já hoje sentem dificuldades em pagar as suas facturas aos Sistemas responsáveis pela gestão dos resíduos. Depois, quem acaba por sofrer são os munícipes, que vêm assim as suas contas no final do mês a aumentar cada vez mais. Esta tarifa vem normalmente indexada à factura da água.
Refira-se que apesar de em Portalegre essa tarifa já se encontrar presente há algum tempo, muitos são os municípios que ainda não a aplicam e esses terão certamente mais dificuldades num futuro muito próximo. No entanto a tarifa que os munícipes pagam, não consegue cobrir todas as despesas relacionadas com a gestão de resíduos.
A ANMP considera importante a existência de um Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos para a próxima década, no entanto esse Plano deverá ser mais realista e não utópico, não descurando os cidadãos e as suas dificuldades económicas.

A gestão de resíduos é um problema que afecta a todos, pelo facto dos resíduos fazerem parte do nosso dia-a-dia. A mentalidade da população, apesar de estar um pouco diferente para melhor, está ainda um pouco antiquada. São já muitos os que apostam na reciclagem, no entanto ainda há muita gente que não quer saber de ecopontos para nada e ainda gozam quem faz a separação dos resíduos.
Nas escolas, a temática ambiental está cada vez mais presente, e espera-se que a próxima geração seja mais ecológica que a de hoje, uma vez que a continuar assim, qualquer dia não há onde colocar os resíduos. Repare-se que cada pessoa produz em média cerca de 1,5 kg de resíduos por dia, o que dá 45 kg por mês e 540 kg por ano. Isto, repito, apenas para uma pessoa!

O PERSU II é um documento bastante extenso. Por esta razão deveriam dar mais tempo às entidades envolvidas na discussão para que pudessem analisá-lo. Quanto a mim, o facto de darem pouco tempo para análise deste tipo de documentos tem algum objectivo…

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

Site recomendado: www.anmp.pt – Página da Associação Nacional de Municípios Portugueses