domingo, novembro 12, 2006

CHUVA,CHUVA,CHUVA

Nesta secção, que estás prestes a comemorar dois anos de existência, resolvi iniciar com um artigo sobre as alterações climáticas. Agora, passado esse tempo, escrevo novamente sobre o assunto, até porque os acontecimentos dos últimos dias, levaram muitas pessoas a questionarem-se sobre o porquê de determinados acontecimentos.
Será normal chover tanto como tem chovido? E muitos dizem “Claro, estamos no tempo da chuva, se não chover agora quando vai chover?!” ou então “Com 60 anos de vida, eu nunca vi uma coisa assim, não sei de onde vem tanta água!”. Muitas são as opiniões, qual delas a correcta? Talvez não haja resposta correcta…

Iniciou-se no passado dia 06 de Novembro em Nairobi, no Quénia, a 12.ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas. A Quercus também está presente através de um membro da Direcção Nacional Francisco Ferreira (por acaso, um antigo professor meu). Vários são os temas debatidos, entre eles: - Que objectivos para a redução de emissões de gases de efeito de estufa após o final do primeiro período de compromissos do Protocolo de Quioto em 2012? - Como envolver os países em desenvolvimento? - Que perspectivas para os Estados Unidos virem a integrar um compromisso no quadro de obrigações existentes e/ou a desenvolver? - Como lidar com o número cada vez maior de evidências relativas aos impactes das alterações climáticas à escala mundial e em Portugal.

A situação actual não está nada favorável, basta olharmos para as palavras do ministro do Ambiente queniano, Kivutha Kibwana, já durante a conferência: «As alterações climáticas estão rapidamente a emergir como uma das ameaças mais sérias que a humanidade alguma vez poderá enfrentar».
Portugal em 2004 estava 40,8% acima de 1990, obrigando o Protocolo de Quioto a um aumento limite de 27%. O Governo já assumiu que em relação à meta de Quioto de 76,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente se verificará uma ultrapassagem em 5,8 milhões de toneladas/ano, implicando um custo total de 348 milhões de euros que já começaram a ser assumidos pelos Orçamentos de Estado de 2006 (6 milhões de euros) e 2007 (72 milhões de euros) na constituição de um Fundo de Carbono. Para assegurar o cumprimento das estimativas de cumprimento do Protocolo de Quioto presentes no Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) publicado em Agosto de 2006, tal implica uma redução média das emissões de gases de efeito de estufa em cerca de 1% por ano entre 2004 (último ano com dados de emissões conhecidos) e 2012. Esta redução decorre da ultrapassagem prevista no PNAC atingir 36,6% acima dos níveis de 1990 (isto é, 9,6% acima dos 27% estabelecidos no Protocolo de Quioto). Sabendo-se que em 2005 houve um aumento das emissões em Portugal derivadas da seca, a redução deverá no entanto ser superior. Esta redução é vista pela Quercus e confesso, que por mim próprio, como muito optimista face à incapacidade de implementação das medidas de redução de gases de efeito de estufa previstas.

No final, vamos pagar (e muito) para poluir…

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

Site recomendado: www.quercus.pr – Associação Nacional de Conservação da Natureza

1 comentário:

Anónimo disse...

É algo que realmente revolta, e muito, caro Engenheiro! As medidas não são bem definidas e nem são bem implementadas. E as contra-ordenações aos infractores ou objectores dessas medidas não superam o benefício económico derivado das infracções. E como disse, quem paga somos todos...e significa que pagamos...para poder continuar poluir!!! Ridículo!