sexta-feira, junho 26, 2009

FESTIVAIS DE VERÃO

Com o início do Verão, chegam também os festivais de música, que fazem as delícias de miúdos e graúdos. Nos últimos tempos, estes eventos têm-se proliferado um pouco por todo o país. Há cerca de 11 anos, quando fui ao meu primeiro festival, havia não mais que cinco grandes festivais. Hoje desconheço o número total.
Tendo em consideração o número de pessoas que envolve um festival, não só em termos de visitantes mas também todo o pessoal da organização e todo o staff pertencente às bandas, facilmente se percebe que um festival é um evento que provoca elevados impactes ambientais, sendo os principais impactes o ruído, os resíduos e as emissões de carbono.
Atentos a estas situações, os promotores já fazem parcerias com algumas entidades ligadas ao ambiente, o que em 2008 permitiu reciclar cerca de 40 toneladas de resíduos.

A presidente da Quercus, Susana Fonseca, garante que os festivais podem prejudicar os ecossistemas e lembra um caso recente, de um festival realizado perto da albufeira do Caia, onde durante o festival a albufeira ficou deserta de aves, assim permanecendo durante algumas semanas.
Susana Fonseca aponta também os resíduos como um dos principais problemas. Para se ter ideia, no Festival Delta Tejo estiveram 50 mil pessoas, responsáveis por quatro toneladas de resíduos, tendo-se conseguido reciclar cerca de metade. Também neste festival está prevista a compensação das emissões produzidas durante o evento. Rui Miguel Nabeiro, administrador da Delta Cafés refere que "no ano passado contámos as emissões de carbono e este ano vamos compensá-las com a plantação de 50 mil árvores no Parque Nacional da Peneda-Gerês”.
A dirigente da Quercus refere que apesar de tudo, têm sido tomadas pequenas medidas, mas que são muito importantes. "É bom que se usem estes espaços para dar bons exemplos e mostrar às pessoas que é possível aliar o divertimento e a protecção da natureza", adianta.
Andreia Criner, responsável pelo Festival Optimus Alive, assume como bandeira a prevenção ambiental, apelando ao público para, por exemplo, não atirarem o copo para o chão quando acabam de beber uma cerveja.

Sem dúvida que os festivais são uma boa oportunidade para chamar a atenção da sociedade para esta problemática, pelo que se está a pensar ir neste verão a algum festival, divirta-se e não se esqueça de respeitar o ambiente.

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

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quinta-feira, junho 04, 2009

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Realizou-se no passado dia 03 de Junho, no Auditório do Museu da Tapeçaria, em Portalegre, o Seminário “Construção Sustentável”. Organizado pela Iniciativa Construção Sustentável, a ADENE – Agência para a Energia, a APA – Agência Portuguesa do Ambiente e o Colégio de Ambiente da Ordem dos Engenheiros, o seminário contou com a colaboração da AREANATejo e com o apoio do Município de Portalegre, tendo estado presentes cerca de 40 pessoas na assistência.

O Presidente do Município de Portalegre, Eng.º Mata Cáceres, abriu as hostilidades, aproveitando para criticar a posição do Governo relativamente a estas e outras questões ambientais e também à forma como o Alentejo tem sido tratado, quando praticamente só se fala no Alqueva.

O seminário prosseguiu com a intervenção do Eng.º Marco Correia (ADENE), o qual apresentou o Sistema de Certificação Energética. Referiu que no Distrito de Portalegre é a cidade de Elvas aquela que tem o maior número de edifícios já certificados (179), seguida de Portalegre (61) e Campo Maior (25). No distrito há um total de 270 edifícios certificados (dados de Abril/2009).
Informou ainda que quem realiza as certificações energéticas são os peritos qualificados, a pedido do promotor da obra ou proprietário do edifício, durando em média cerca de meio-dia de trabalho para uma habitação. Relativamente a custos, o valor pode variar entre 1,50€ e 3,00€ (edifício habitacional) ou entre 2,00€ e 4,00€ (edifício de serviços).

Posteriormente foi a vez da Arqt.ª Livia Tirone, começando a sua intervenção com um pedido de desculpas pelo facto do Director da APA, Prof. António Gonçalves Henriques, não se encontrar presente por motivos de saúde.
Salientou a importância da Qualidade do Ar Interior, que se resolve com um bom projecto e uma boa ventilação. Sublinhou ainda que, ao contrário daquilo que se pensa, 85% dos impactes dos edifícios ocorrem na fase em que são habitados e não na fase de construção, reabilitação e/ou demolição. Por esta razão considera um erro enorme adjudicarem-se obras pelo preço mais baixo (considerando apenas o valor da construção).
A Arqt.ª enumerou também diversas medidas para a construção sustentável, das quais destaco aqui algumas: orientação solar do edifício; dimensão adequada dos vãos; isolamento térmico exterior; coberturas ajardinadas; caixilharias e vidros de qualidade, entre outras.

A Certificação Energética dos edifícios está integrada num sistema nacional obrigatório que resulta da transposição de uma Directiva Europeia. Ao quantificar e tornar visível o desempenho energético-ambiental dos edifícios, o utilizador final tem o poder de escolher a qualidade de vida que pretende. A Certificação Energética dos edifícios é uma medida promovida pela Comissão Europeia com o objectivo de motivar a mudança de práticas no sector da construção na Europa, aumentando a informação que se encontra ao dispor do utilizador final e assim também o seu poder de escolha. Com a publicação da directiva 2002/91/CE, a Comissão Europeia mandata os Estados Membros a aplicar o sistema de certificação energética aos seus edifícios. O objectivo desta directiva é a promoção da melhoria do desempenho energético dos edifícios na Comunidade Europeia, tendo em conta as condições climáticas externas e as condições locais, bem como as exigências em matéria de clima interior e de rentabilidade económica.

Apesar de ser notório, na parte do debate, que há ainda muitas dúvidas a esclarecer, reconhece-se o esforço que têm feito as entidades intervenientes, para que este processo conheça melhorias contínuas com o passar dos anos. Para além disso, a legislação terá de sofrer algumas correcções, pelo facto de ser omissa em diversos aspectos, levando assim a vazios legais.
Nota final para mais um evento técnico-científico realizado em Portalegre, o que é sempre de louvar.

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

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