quinta-feira, junho 04, 2009

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Realizou-se no passado dia 03 de Junho, no Auditório do Museu da Tapeçaria, em Portalegre, o Seminário “Construção Sustentável”. Organizado pela Iniciativa Construção Sustentável, a ADENE – Agência para a Energia, a APA – Agência Portuguesa do Ambiente e o Colégio de Ambiente da Ordem dos Engenheiros, o seminário contou com a colaboração da AREANATejo e com o apoio do Município de Portalegre, tendo estado presentes cerca de 40 pessoas na assistência.

O Presidente do Município de Portalegre, Eng.º Mata Cáceres, abriu as hostilidades, aproveitando para criticar a posição do Governo relativamente a estas e outras questões ambientais e também à forma como o Alentejo tem sido tratado, quando praticamente só se fala no Alqueva.

O seminário prosseguiu com a intervenção do Eng.º Marco Correia (ADENE), o qual apresentou o Sistema de Certificação Energética. Referiu que no Distrito de Portalegre é a cidade de Elvas aquela que tem o maior número de edifícios já certificados (179), seguida de Portalegre (61) e Campo Maior (25). No distrito há um total de 270 edifícios certificados (dados de Abril/2009).
Informou ainda que quem realiza as certificações energéticas são os peritos qualificados, a pedido do promotor da obra ou proprietário do edifício, durando em média cerca de meio-dia de trabalho para uma habitação. Relativamente a custos, o valor pode variar entre 1,50€ e 3,00€ (edifício habitacional) ou entre 2,00€ e 4,00€ (edifício de serviços).

Posteriormente foi a vez da Arqt.ª Livia Tirone, começando a sua intervenção com um pedido de desculpas pelo facto do Director da APA, Prof. António Gonçalves Henriques, não se encontrar presente por motivos de saúde.
Salientou a importância da Qualidade do Ar Interior, que se resolve com um bom projecto e uma boa ventilação. Sublinhou ainda que, ao contrário daquilo que se pensa, 85% dos impactes dos edifícios ocorrem na fase em que são habitados e não na fase de construção, reabilitação e/ou demolição. Por esta razão considera um erro enorme adjudicarem-se obras pelo preço mais baixo (considerando apenas o valor da construção).
A Arqt.ª enumerou também diversas medidas para a construção sustentável, das quais destaco aqui algumas: orientação solar do edifício; dimensão adequada dos vãos; isolamento térmico exterior; coberturas ajardinadas; caixilharias e vidros de qualidade, entre outras.

A Certificação Energética dos edifícios está integrada num sistema nacional obrigatório que resulta da transposição de uma Directiva Europeia. Ao quantificar e tornar visível o desempenho energético-ambiental dos edifícios, o utilizador final tem o poder de escolher a qualidade de vida que pretende. A Certificação Energética dos edifícios é uma medida promovida pela Comissão Europeia com o objectivo de motivar a mudança de práticas no sector da construção na Europa, aumentando a informação que se encontra ao dispor do utilizador final e assim também o seu poder de escolha. Com a publicação da directiva 2002/91/CE, a Comissão Europeia mandata os Estados Membros a aplicar o sistema de certificação energética aos seus edifícios. O objectivo desta directiva é a promoção da melhoria do desempenho energético dos edifícios na Comunidade Europeia, tendo em conta as condições climáticas externas e as condições locais, bem como as exigências em matéria de clima interior e de rentabilidade económica.

Apesar de ser notório, na parte do debate, que há ainda muitas dúvidas a esclarecer, reconhece-se o esforço que têm feito as entidades intervenientes, para que este processo conheça melhorias contínuas com o passar dos anos. Para além disso, a legislação terá de sofrer algumas correcções, pelo facto de ser omissa em diversos aspectos, levando assim a vazios legais.
Nota final para mais um evento técnico-científico realizado em Portalegre, o que é sempre de louvar.

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

Sítio recomendado – http://www.construcaosustentavel.pt/

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