sexta-feira, abril 18, 2008

ROLHAS RECICLADAS

A rolha de cortiça tem sentido, nos últimos tempos, uma enorme pressão por parte de outros produtos alternativos (vedantes sintéticos e cápsulas de alumínio), que são derivados do petróleo e do alumínio, indústrias ambientalmente nocivas. Há portanto necessidade de defender a rolha de cortiça como produto que garantiu e deverá continuar a garantir a manutenção do montado de sobreiros, um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade do continente europeu e que se estima absorver, por ano, 4,8 milhões de toneladas de CO2, um dos principais gases causadores do efeito estufa e do consequente aquecimento global. Como a cortiça é a própria casca da árvore, também retém CO2 e ao ser reciclada, evitam-se emissões deste gás para a atmosfera, contrariamente ao que acontece quando se decompõe ou é incinerada.
Por esta razão, não poderia deixar de falar de um projecto de reciclagem de rolhas de cortiça que a Quercus desenvolveu em parceria com a Corticeira Amorim, a Modelo/Continente e a Biological, chamado GREEN CORK. Tem como objectivo não só a transformação das rolhas usadas noutros produtos, mas, também, com o seu esforço de reciclagem, permitir o financiamento de parte do Programa “CRIAR BOSQUES, CONSERVAR A BIODIVERSIDADE”, que utilizará exclusivamente árvores que constituem a nossa floresta autóctone, entre os quais o Sobreiro. O projecto foi construído tendo por base a utilização de circuitos de distribuição já existentes, o que permite obter um sistema de recolha sem custos adicionais, que possibilita que todas as verbas sejam destinadas à plantação de árvores. Tudo isto, claro, sem aumentar as emissões de CO2!
Refira-se que as rolhas de cortiça recicladas nunca são utilizadas para produzir novas rolhas, mas têm muitas outras aplicações, que vão desde a indústria automóvel, à construção civil ou aeroespacial.
A internacionalização do projecto está já a ser negociada pelo que, em breve, as rolhas usadas de outros países europeus começarão a ser recicladas em Portugal, dentro de um esquema montado a partir daqui, resultando num contributo adicional para o esforço de reflorestações e conservação de florestas autóctones portuguesas.

Pode começar já a juntar as suas rolhas de cortiça! A partir de dia 22 de Abril (Dia da Terra) será iniciada a recolha nos restaurantes. No Dia 5 de Junho (Dia Mundial do Ambiente) já poderá colocar as suas rolhas nos "Rolhinhas" dos Hipermercados Continente e posteriormente a recolha será alargada a outros locais.

Trata-se portanto de mais uma boa prática que deverá contar com o apoio de todos os portugueses, não só pela defesa do ambiente mas também pela defesa patrimonial.

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

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sexta-feira, abril 04, 2008

TARIFA DE RESÍDUOS

Realizou-se esta semana, nos dias 1 e 2 de Abril a 2ª Conferência de Resíduos “Novas Políticas, Novos Negócios”, na qual tive a oportunidade de estar presente apenas no primeiro dia. Entre as várias temáticas abordadas, o tarifário de resíduos foi o tema que mais despertou a atenção dos presentes. Actualmente os munícipes pagam apenas a deposição de resíduos em aterro, no entanto todo os serviço que está associado à recolha e encaminhamento de resíduos não está neste momento a ser pago e terá de o ser, por aplicação do princípio do poluidor-pagador. A actualização das tarifas por parte dos municípios não vai acontecer de um ano para o outro, tal como referiu na conferência Dulce Álvaro Pássaro, vogal do Conselho Directivo do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR). Até agora, “nenhum munícipe pagou pelo tratamento de resíduos, apesar de estes estarem a ser tratados pelas autarquias”, lembrou Dulce Álvaro Pássaro. A tarifa mensal de resíduos, que será definida dentro de dois anos em sede de regulamento, pode chegar aos 8 euros, mas, para a responsável do IRAR, “não é nada do outro mundo pagar-se mais 6 ou 8 euros mensais por fogo” (será assim tão indiferente para a população?!).

Uma outra oradora, Filipa Santos, gestora de projectos da Weber Portugal, apresentou um estudo sobre a aplicação do sistema Pay-As-You-Throw (PAYT) no concelho de Óbidos, admitindo que a solução de aplicar uma tarifa variável, associada à produção de resíduos, é a mais razoável. Trata-se de um sistema em que quanto menos resíduos se produzirem e mais se separarem, menos vão pagar. Este sistema, apesar de também eu o considerar razoável, pareceu-me ser de difícil implementação e execução, por todas as acções que implica.

Para a aplicação generalizada da taxa o IRAR precisa de mais dois anos. “Depois de termos o regulamento aprovado, precisamos de mais dois anos para os municípios e as entidades gestoras se organizarem”, concluiu Dulce Pássaro.

Em suma, é preciso ter consciência de que as tarifas, que já hoje são elevadas, vão aumentar ainda mais.

Para finalizar, deixem-me que partilhe convosco mais uma vitória conseguida na minha vida. Prestei provas de mestrado no passado dia 2 de Abril na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa com a dissertação “Práticas de Gestão Ambiental na Administração Pública Local”, tendo conseguido obter o grau de Mestre.

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

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