sábado, maio 27, 2006

INCUMPRIMENTO À VISTA

Mais um ano se passou e conseguimos atingir um novo recorde no que à poluição diz respeito. Para não variar, Portugal atinge o primeiro lugar sempre que se trata de algo prejudicial, rotulando o país de uma imagem muito pouco colorida.
Depois da Rede Eléctrica Nacional disponibilizar os dados para 2005 assim como a Direcção Geral de Energia e Geologia, estes referentes às vendas de gasóleo e gasolina em Portugal, a Quercus efectuou os cálculos envolvendo as emissões do dióxido de carbono (principal gás de efeito de estufa) das diferentes centrais termoeléctricas e da venda de combustíveis para veículos. Chegaram à conclusão que o valor, comparado com os últimos anos, é um valor recorde em termos de poluição desta natureza.
Uma das possíveis causas para esta situação tem a ver com a incapacidade de resposta da parte dos sucessivos Governos na implementação de medidas de conservação de energia e de rápida expansão de energias renováveis.
A taxa de carbono, um dos instrumentos recentemente prometidos pelo Governo, está por implementar. Esta taxa é fundamental para gerar receitas para que o país faça uso aos mecanismos de Quioto, principalmente o mercado de emissões e o mecanismo de desenvolvimento limpo: investimentos em projectos em países em desenvolvimento, nomeadamente na área das energias renováveis, que permitirão descontarem na quota de Portugal as emissões de gases aí reduzidas.
Muitas das medidas aprovadas recentemente poderão ter um efeito relativamente marginal se não conseguirmos poupar energia. A conservação de energia é dez vezes mais rentável que o investimento em energias renováveis, no entanto não tem recebido a atenção suficiente, optando-se apenas por conceder benefícios fiscais para a instalação de energias renováveis.
A floresta, que funciona de sumidouro do dióxido de carbono, está também em risco como bem sabemos, principalmente devido aos incêndios, pelo que por esta via não conseguimos “dissolver” o dióxido de carbono existente.
A Quercus defende que é preciso prosseguir com os compromissos do Protocolo de Quioto, incentivar a população à conservação da energia, ter em atenção a eficiência energética nas construções e continuar a apostar nas energias renováveis.
Para além disso, deverá haver um poder de adaptação face às novas condições existentes no que respeita a alterações climáticas (vagas de calor, cheias, etc.), conforme os resultados apresentados no passado dia 30 de Janeiro pelo Projecto SIAM II (estudo das alterações climáticas em Portugal).
Não poderia terminar sem deixar as minhas sinceras condolências à família do colega José Tuna. Lembrem-se que há pessoas que nunca morrem, pois deixam em nós um carimbo que jamais alguém apagará.

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

Site recomendado: www. quercus.pt – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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