A recolha de lixo na cidade de Lisboa esteve paralisada durante quatro dias, devido à greve dos trabalhadores da higiene urbana do município. Com uma adesão a rondar os 90%, apenas os serviços mínimos foram garantidos. Esta paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e abrangeu entre 2.000 a 2.500 trabalhadores do Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos da Câmara Municipal de Lisboa (CML), incluindo cantoneiros, motoristas e pessoal administrativo e técnico.O protesto destes trabalhadores municipais visa contestar a alegada intenção de privatizar os serviços de recolha de lixo e limpeza das ruas em algumas zonas, e ainda reclamar a contratação de 200 cantoneiros e a aquisição ou reparação de meios materiais e equipamentos. Em comunicado conjunto afirmam que a autarquia lisboeta "se prepara para concessionar a privados parte das obrigações que detém no que concerne à limpeza e lavagem da cidade", nomeadamente na Baixa-Chiado e em Santa Maria dos Olivais, um cenário que repudiam.
Em declarações aos jornalistas, o presidente da CML, António Costa, reiterou que a greve dos trabalhadores é "extemporânea" porque, segundo garantiu, não está em causa a privatização dos serviços, referindo que "O serviço público de limpeza deve manter-se na CML". Assegurou que apenas foi encomendado um estudo sobre a viabilidade de, durante um determinado período de tempo, se adjudicar a limpeza e varredura das ruas da cidade a uma entidade externa, sem abranger a recolha de lixo. António Costa salientou ainda o esforço de investimento que a Câmara Municipal tem feito na área da higiene urbana, nomeadamente com a aquisição de equipamentos e abrindo um concurso para admitir 50 cantoneiros. "Mas temos um plano hiper-restritivo ao nível das contratações", explicou o autarca socialista para justificar a necessidade de parte do serviço de limpeza poder vir a ser assegurado por uma entidade externa. A Câmara de Lisboa apelou aos lisboetas que acondicionassem o lixo e evitassem colocá-lo nos contentores enquanto durasse a greve, apelo que não foi atendido pelos munícipes. O edil já rejeitou que seja intenção do município "alienar meios, privatizar serviços ou dispensar trabalhadores", considerando que os funcionários municipais "estão a ver fantasmas onde eles não existem de todo". António Costa garantiu que informou o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa e os próprios trabalhadores das suas intenções e que não tomará nenhuma decisão sobre esta matéria sem se reunir antes com o sindicato.
Em declarações à Lusa, o sindicalista Joaquim Jorge disse que o sindicato "está sempre disponível para reunir-se com o presidente da Câmara de Lisboa", afirmando aguardar um aviso nesse sentido de António Costa. "Entregámos o pré-aviso de greve há três semanas e esperávamos não chegar à paralisação", mas nunca houve qualquer reunião com o autarca, afirmou o dirigente sindical. Sobre a intenção da autarquia, Joaquim Jorge afirmou que "os trabalhadores estão dispostos a lutar antes que o negócio esteja concluído". O sindicato lamentou os incómodos que a greve possa causar à população, mas responsabilizou a gestão de António Costa por isso.
Por força das políticas do Estado, as autarquias são obrigadas a privatizar cada vez mais os serviços da sua competência, pelo facto de estarem impedidas de contratar mais pessoal. Contudo, esta privatização tem, na minha opinião, dois grandes contras: 1 – os munícipes vão pagar tarifas cada vez mais altas, para que a autarquia consiga suportar as despesas associadas à contratação externa de serviços; 2 – os trabalhadores da autarquia sentir-se-ão desmotivados por serem obrigados a alterar as suas habituais funções e os contratados a termo não vêem os seus contratos renovados, levando assim a um aumento nas taxas de desemprego.
Por tudo isto e muito mais, não se vislumbra o dia em que vamos poder desapertar o cinto, já demasiado apertado.
Finalmente aproveito para lhe desejar um santo natal e um próspero ano novo, na companhia daqueles que mais gosta. Eu volto em 2009 com mais…
SAUDAÇÕES AMBIENTAIS
Foi com orgulho que a América anunciou ao mundo “The winner is Barack Obama!” (O vencedor é Barack Obama!). O primeiro afro-americano a chegar à Casa Branca conseguiu, acima de tudo, unanimidade mundial.
A partir do dia 15 de Novembro os autoclismos vão apresentar uma classificação idêntica à dos electrodomésticos, que permite ao consumidor conhecer a eficiência destes produtos em termos de consumo de água.



É já na próxima quinta-feira, dia 5 de Junho, que se comemora mais um Dia Mundial do Ambiente. No entanto, e tendo em consideração a conjuntura nacional e internacional, não será certamente um dia que justifique grandes comemorações.
A Comissão Europeia abriu um processo de infracção contra Portugal por falta de medidas de protecção ambiental na aprovação de três complexos turísticos aprovados em áreas protegidas dos concelhos de Grândola e Alcácer do Sal, conforme noticiou o Jornal Público. Em causa estão autorizações concedidas, segundo um procedimento acelerado, aos complexos turísticos Costa Terra, Herdade do Pinheirinho e Herdade da Comporta, no Sítio de Importância Comunitária (SIC) Comporta/Galé, em Grândola e Alcácer do Sal.
A rolha de cortiça tem sentido, nos últimos tempos, uma enorme pressão por parte de outros produtos alternativos (vedantes sintéticos e cápsulas de alumínio), que são derivados do petróleo e do alumínio, indústrias ambientalmente nocivas. Há portanto necessidade de defender a rolha de cortiça como produto que garantiu e deverá continuar a garantir a manutenção do montado de sobreiros, um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade do continente europeu e que se estima absorver, por ano, 4,8 milhões de toneladas de CO2, um dos principais gases causadores do efeito estufa e do consequente aquecimento global. Como a cortiça é a própria casca da árvore, também retém CO2 e ao ser reciclada, evitam-se emissões deste gás para a atmosfera, contrariamente ao que acontece quando se decompõe ou é incinerada.
Realizou-se esta semana, nos dias 1 e 2 de Abril a 2ª Conferência de Resíduos “Novas Políticas, Novos Negócios”, na qual tive a oportunidade de estar presente apenas no primeiro dia. Entre as várias temáticas abordadas, o tarifário de resíduos foi o tema que mais despertou a atenção dos presentes. Actualmente os munícipes pagam apenas a deposição de resíduos em aterro, no entanto todo os serviço que está associado à recolha e encaminhamento de resíduos não está neste momento a ser pago e terá de o ser, por aplicação do princípio do poluidor-pagador. A actualização das tarifas por parte dos municípios não vai acontecer de um ano para o outro, tal como referiu na conferência Dulce Álvaro Pássaro, vogal do Conselho Directivo do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR). Até agora, “nenhum munícipe pagou pelo tratamento de resíduos, apesar de estes estarem a ser tratados pelas autarquias”, lembrou Dulce Álvaro Pássaro. A tarifa mensal de resíduos, que será definida dentro de dois anos em sede de regulamento, pode chegar aos 8 euros, mas, para a responsável do IRAR, “não é nada do outro mundo pagar-se mais 6 ou 8 euros mensais por fogo” (será assim tão indiferente para a população?!).


O anúncio foi feito no Fórum Económico Mundial em Davos, Suíça. Portugal ficou em 18.º lugar no Índice de Desempenho Ambiental, derivado do trabalho feito na área do clima, poluição do ar, água, recursos naturais e qualidade ambiental, conforme noticiou o jornal Público, entre outros. Este índice foi elaborado por uma equipa das universidades de Yale e Columbia.
Terminada que está a época de excessos, quero aproveitar para lhe desejar um próspero ano de 2008, acima de tudo com muita saúde e sempre em bom ambiente.