domingo, outubro 12, 2008

RIOS SEM QUALIDADE


Foi no passado dia 1 de Outubro que se comemorou mais uma efeméride ambiental, o Dia Nacional da Água. Para assinalar essa data, a Quercus aproveitou para divulgar os resultados de um estudo sobre a qualidade da água dos rios de Portugal. Ao longo da semana de 22 a 27 de Setembro, a referida Associação procedeu à recolha de 20 amostras de água em 14 rios de norte a sul de Portugal e analisou alguns parâmetros indicadores da sua qualidade como, temperatura, oxigénio dissolvido, condutividade, turvação e pH.

As conclusões não são nada animadoras e demonstram que a qualidade da água dos rios de Portugal se está a degradar. “Em 70% dos casos (qualidade muito má, má e razoável) a qualidade da água não reúne as condições ideais para o desenvolvimento da vida piscícola pelo que do ponto de vista da conservação da biodiversidade o panorama é ainda mais preocupante”, conforme consta do comunicado da Quercus.
Dos locais monitorizados pelo estudo, Nisa, a jusante da barragem de Cedilhe no Rio Tejo, foi aquele que obteve a pior classificação, tendo sido registados elevados níveis de poluição na água e, como tal, classificada de inadequada para a maioria dos usos.
Já às águas dos rios Ave, em Vila de Conde, Tejo, a montante da barragem de Cedilhe em Nisa, Mira, em Odemira, e Sado, em St.ª Margarida do Sado, foi atribuída a classificação de “más”. As águas da Ribeira Quarteira, em Paderne, foram igualmente consideradas de qualidade medíocre.
As águas superficiais de qualidade superior foram encontradas na zona de Constância, banhada pelo Rio Zêzere, e no Peso da Régua, banhado pelo rio Corgo, tendo merecido a classificação de “excelentes”.
Embora com uma qualidade ligeiramente inferior à excelente mas podendo também satisfazer potencialmente todas as utilizações, as águas do Guadiana, em Serpa, do Tejo, em Constância, do Vouga, em São Pedro do Sul e do Rio Corgo, em Vila Real, obtiveram uma boa classificação.
Com a divulgação dos resultados do estudo, a Quercus pretende alertar para a urgência de uma gestão adequada das bacias hidrográficas do país e a implementação de medidas que eliminem os focos de poluição, já que “a manutenção da qualidade dos rios é fundamental para a preservação dos ecossistemas aquáticos, para garantir o abastecimento de água às populações, que em Portugal é assegurada em mais de 60% pelos recursos superficiais (IRAR, dados de 2006) e para cumprir a Directiva -Quadro da Água”, conclui o mesmo documento.

Para terminar faço minhas as palavras do Presidente da Direcção Nacional da Quercus: “Quando nos lembramos de alguns rios gravemente poluídos que têm sido alvo de muito divulgação na comunicação social ao longo dos últimos anos (a poluição da ribeira dos Milagres provocada pelos efluentes de suiniculturas, do rio Alviela devido às indústrias dos curtumes ou a do rio Ave pelos esgotos industriais e domésticos), apercebemo-nos que apesar das promessas de soluções os problemas tendem a persistir. Neste cenário é difícil acreditar que a situação revelada no estudo da Quercus poderá alterar-se para melhor nos próximos anos.”

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

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