Está tudo em brasa! No dia em que se esperava que o Ministro das Obras Públicas anunciasse o concurso público para a construção do novo aeroporto internacional de Lisboa, Mário Lino (sim, o tal do Deserto!) surpreendeu a Assembleia da República com uma novidade: a decisão de avançar para a Ota foi suspensa por seis meses. Durante este tempo uma comissão técnica coordenada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) irá proceder à avaliação comparativa de duas localizações: Ota e Alcochete. Será que de um momento para o outro, a margem sul deixou de ser um deserto?!
No passado fim-de-semana, foi entregue ao Governo um estudo levado a cabo por vários professores do Instituto Superior Técnico e “encomendado” pela Confederação da Indústria Portuguesa (CIP). O estudo apresentado não aponta uma estimativa de custos para a construção de um novo aeroporto na zona de Alcochete, mas, segundo tornou público Francisco Van Zeller, a optar-se por esta localização poder-se-á atingir uma poupança de, pelo menos, três mil milhões de euros, relativamente à Ota. De acordo com Van Zeller, a opção Alcochete além de estar localizada em terrenos do Estado, apresenta outras vantagens como o facto de se tratar de uma zona plana, com infra-estruturas, evitando gastos com acessibilidades ferroviárias, nomeadamente os custos da ponte Chelas/Barreiro e do aterro que terá de ser construído na Ota.
O documento recomenda o estudo do Campo de Tiro de Alcochete como alternativa à Ota. Esta última opção ganhou forma em 1997, quando o Governo deu sinal verde para a construção da infra-estrutura na freguesia de Alenquer. Até então tinham sido analisados 15 possíveis locais, entre os quais alguns na margem sul do Tejo. Rio Frio foi a última possibilidade, a sul, a ser considerada. Mas a Ota acabaria por ganhar o duelo, alegadamente devido aos menores impactes ambientais.
No entanto, muitas têm sido as críticas que esta opção tem levantado nos últimos tempos. Paulino Pereira, engenheiro especialista em urbanismo e transportes, refere que, “em termos de engenharia a Ota é uma má opção, mas é possível fazê-lo”. José Lopes, engenheiro de aeroportos, diz que “a Ota obriga a grandes obras de hidráulica, que são muito morosas. Serão necessários pelo menos dois anos só para estes trabalhos”.
Até agora foi elaborado o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) das possíveis localizações, Ota e Rio Frio. Em curso está o EIA do projecto de construção de um aeroporto internacional na Ota, pelo que ainda não são conhecidas as implicações do projecto no ambiente. No entanto, a introdução de novas hipóteses de localização veio dar um passo atrás no andamento do processo.
Em comunicado, a associação ambientalista Quercus considera que embora a possibilidade de localizar o novo aeroporto em Alcochete possa e deva ser avaliada é, à partida, uma opção muito condicionada por factores ambientais, nomeadamente a sua proximidade à Reserva Natural do Estuário do Tejo. Assim, a Quercus espera que o Governo pondere de forma responsável as várias opções que estão sobre a mesa para que a decisão final seja participada e, tanto quanto possível, consensual para a sociedade portuguesa.
O Laboratório Nacional de Engenharia Civil tem agora seis meses para elaborar um estudo comparativo entre Alcochete e a Ota, após a concessão por parte do Governo que há cerca de dez anos assumia a Ota como a futura localização do novo aeroporto internacional.
Veremos se passados os seis meses não vai aparecer um outro grupo de “misteriosos” empresários com um novo estudo que diga que afinal, nem Alcochete nem Ota são boas hipóteses.
Concordo que um projecto deste nível tenha de ser largamente debatido e estudado, no entanto tudo isto me parece já uma palhaçada que é afinal, financiada por todos nós.
Nós por cá vamos fazendo as nossas apostas. Escolha o nome e a localização da nova maravilha de Portugal. Enfim…
SAUDAÇÕES AMBIENTAIS
Sitio recomendado – http://www.ambienteonline.pt/
No passado fim-de-semana, foi entregue ao Governo um estudo levado a cabo por vários professores do Instituto Superior Técnico e “encomendado” pela Confederação da Indústria Portuguesa (CIP). O estudo apresentado não aponta uma estimativa de custos para a construção de um novo aeroporto na zona de Alcochete, mas, segundo tornou público Francisco Van Zeller, a optar-se por esta localização poder-se-á atingir uma poupança de, pelo menos, três mil milhões de euros, relativamente à Ota. De acordo com Van Zeller, a opção Alcochete além de estar localizada em terrenos do Estado, apresenta outras vantagens como o facto de se tratar de uma zona plana, com infra-estruturas, evitando gastos com acessibilidades ferroviárias, nomeadamente os custos da ponte Chelas/Barreiro e do aterro que terá de ser construído na Ota.
O documento recomenda o estudo do Campo de Tiro de Alcochete como alternativa à Ota. Esta última opção ganhou forma em 1997, quando o Governo deu sinal verde para a construção da infra-estrutura na freguesia de Alenquer. Até então tinham sido analisados 15 possíveis locais, entre os quais alguns na margem sul do Tejo. Rio Frio foi a última possibilidade, a sul, a ser considerada. Mas a Ota acabaria por ganhar o duelo, alegadamente devido aos menores impactes ambientais.
No entanto, muitas têm sido as críticas que esta opção tem levantado nos últimos tempos. Paulino Pereira, engenheiro especialista em urbanismo e transportes, refere que, “em termos de engenharia a Ota é uma má opção, mas é possível fazê-lo”. José Lopes, engenheiro de aeroportos, diz que “a Ota obriga a grandes obras de hidráulica, que são muito morosas. Serão necessários pelo menos dois anos só para estes trabalhos”.
Até agora foi elaborado o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) das possíveis localizações, Ota e Rio Frio. Em curso está o EIA do projecto de construção de um aeroporto internacional na Ota, pelo que ainda não são conhecidas as implicações do projecto no ambiente. No entanto, a introdução de novas hipóteses de localização veio dar um passo atrás no andamento do processo.
Em comunicado, a associação ambientalista Quercus considera que embora a possibilidade de localizar o novo aeroporto em Alcochete possa e deva ser avaliada é, à partida, uma opção muito condicionada por factores ambientais, nomeadamente a sua proximidade à Reserva Natural do Estuário do Tejo. Assim, a Quercus espera que o Governo pondere de forma responsável as várias opções que estão sobre a mesa para que a decisão final seja participada e, tanto quanto possível, consensual para a sociedade portuguesa.
O Laboratório Nacional de Engenharia Civil tem agora seis meses para elaborar um estudo comparativo entre Alcochete e a Ota, após a concessão por parte do Governo que há cerca de dez anos assumia a Ota como a futura localização do novo aeroporto internacional.
Veremos se passados os seis meses não vai aparecer um outro grupo de “misteriosos” empresários com um novo estudo que diga que afinal, nem Alcochete nem Ota são boas hipóteses.
Concordo que um projecto deste nível tenha de ser largamente debatido e estudado, no entanto tudo isto me parece já uma palhaçada que é afinal, financiada por todos nós.
Nós por cá vamos fazendo as nossas apostas. Escolha o nome e a localização da nova maravilha de Portugal. Enfim…
SAUDAÇÕES AMBIENTAIS
Sitio recomendado – http://www.ambienteonline.pt/
1 comentário:
Viva,Luís Nogueiro
Seja bem vindo ao Bioterra.
A sua informação sobre o Forum pos Quioto está nesta minha postagem:
http://bioterra.blogspot.com/2007/06/stop-global-warmingfreezing-local-and.html
E este seu texto permitiu actualizar o meu Dossier OTA Não
http://bioterra.blogspot.com/2007/06/dossier-ota-noportela1sim.html
Finalmente já o inclui na minha lista de blogues ambientais.Espero a sua visita ao Bioterra.
Abraços do Norte.
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