quinta-feira, maio 25, 2006

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Foi em 1990 que se começaram a falar em Alterações Climáticas, tendo sido comprovada cientificamente a sua existência. Todos nos apercebemos disso, quando dizemos que praticamente só vão existindo duas estações do ano, o Verão e o Inverno. Batem-se, ano após ano, recordes em termos de temperaturas e níveis de precipitação. Mesmo assim, ainda há quem não se preocupe minimamente com isto, continuando assim a contribuir para que se acentuem as Alterações Climáticas.
Em 1997 foi adoptado no Japão, o famoso Protocolo de Quioto. Este estabelece compromissos vinculativos para o conjunto dos países industrializados, que devem reduzir as emissões dos chamados gases com efeito de estufa (GEE), como por exemplo, o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O). Estes gases resultam das actividades económicas e industriais, tendo como principal consequência a degradação da camada do ozono e posterior aumento da temperatura global. Contudo, divergências políticas têm adiado sucessivamente este mesmo protocolo.
Espera-se que finalmente em 2005 (oito anos depois!!!) o Protocolo de Quioto seja uma realidade. Para isto contribuirá e muito, a recente ratificação do Protocolo por parte da Rússia.
Quem continua de costas voltadas, são os Estados Unidos da América, o que já vem sendo hábito. A administração de Bush não está disposta a limitar as emissões uma vez que isso implicaria uma revolução em toda a “Máquina Industrial” que funciona nos EUA. Os objectivos claros são produzir cada vez mais, sem olhar a meios. Destruir enquanto há, produzir enquanto der!
Na minha opinião, o Protocolo de Quioto jamais terá efeitos positivos visíveis sem a participação dos EUA, uma vez que estes são os maiores consumidores mundiais de energia. Basta vermos, por exemplo, na evolução percentual das emissões per capita no período 1990 a 2000, a Europa reduziu as suas emissões de gases com efeito de estufa em 4%, enquanto os EUA as aumentaram em 15%. Assim torna-se muito difícil alterar o panorama actual.
Para além disto chegam-nos informações muito pouco animadoras: sabemos que, uma vez libertada para a atmosfera, uma tonelada de CO2 exerce o seu impacto durante um período de 100 anos e que, independentemente da proveniência dos gases, se efectiva uma mistura de gases na atmosfera global, o que significa que não interessa onde é feita a emissão nem tão pouco onde ocorre a sua redução.
Até ao ano 2100 prevê-se que a temperatura média da superfície da Terra aumente entre 1,4ºC e 5,8ºC, prevê-se um aumento global das chuvas, o nível do mar subirá entre 9 e 88 cm, haverá mais inundações, secas, ondas de calor, ciclones tropicais, entre outras calamidades naturais.
Em Portugal é urgente implementar o Plano Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) que leve a:
Produção de electricidade a partir de energias renováveis;
Controlo de emissões na fonte;
Reformulação do imposto automóvel em função das emissões de CO2;
Redução dos incêndios florestais;
Eficácia e eficiência da exploração e gestão florestal.
Se assim não for, não conseguiremos cumprir os valores impostos pelo Protocolo de Quioto. Para além disso, com a entrada em vigor do Mercado das Emissões de Carbono, aqueles que conseguirem reduzir as suas emissões abaixo do que lhes foi atribuído, podem vender o que sobra aos que decidem aumentar as emissões e exceder a sua quota.
Não quero ser muito pessimista, mas quanto a mim, e se tudo continuar como até aqui, Portugal vai gastar alguns milhões de euros por incumprimentos… Culpados? Somos todos nós!

SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

Site recomendado: http://www.euronatura.pt/ – Centro para o Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentado.

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