segunda-feira, junho 26, 2006

TÁXIS A GÁS

A discussão está lançada e prevê-se que em breve teremos os táxis movidos a gás natural.
A notícia, veiculada esta semana, não agradou a todos, como não poderia deixar de ser, principalmente pelo facto de haver necessidade de proceder a alterações nos veículos que requerem um investimento de cerca de 1500 euros.
Ainda assim, o gás natural, que virá em substituição do gasóleo, poderá permitir a redução de custos dos taxistas em cerca de 50%.
Esta alteração está prevista no Plano Nacional de Alterações Climáticas (PNAC) e visa reduzir a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera (gás extremamente poluente).

Uma das questões que está a levantar alguma polémica prende-se com os locais de abastecimento. A ANTRAL - Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros tem um plano, preparado há três anos, para pôr em marcha a reconversão que "nunca mereceu grande interesse das entidades que o podiam apoiar", disse Florêncio Almeida, o presidente daquela estrutura associativa. Segundo ele, o que os taxistas pediam não era muito. "Não queríamos sequer apoios para a reconversão das viaturas, apenas pedíamos terrenos às autarquias para instalar postos de abastecimento de gás natural, que a Fundação ANTRAL exploraria". E garante: "Esses postos seriam explorados por nós, mas o eventual lucro reverteria a favor da assistência social na velhice e na doença aos taxistas e suas famílias." Para Florêncio Almeida, a implementação desta medida exige uma garantia de fornecimento daquele combustível aos taxistas. Mas, até ao momento, não existe em Portugal nenhum posto de abastecimento público de gás natural comprimido.
Na opinião da ANTRAL, a reconversão dos veículos não faz sentido, uma vez que se poderia aproveitar para que, à medida que fossem substituídos os carros mais antigos da praça, os novos viessem já preparados para o gás natural.
Para isto, será também importante o aparecimento de benefícios fiscais para a aquisição destas viaturas, de modo a incentivar os taxistas a adquiri-las.

Para além dos táxis, é bom que a medida seja adoptada para todos os transportes públicos, conseguindo assim uma redução superior de dióxido de carbono e ainda, possibilitando a redução dos preços praticados pelas transportadoras.

Na Área Metropolitana de Lisboa, vão desde já dar um enorme passo nesta matéria, uma vez que quase toda a sua frota de carros de recolha de resíduos vai começar a utilizar gás natural, conforme noticiou o Diário de Noticias no passado dia 20 de Junho.
Uma boa prática, sem dúvida, o que é sempre de louvar.


SAUDAÇÕES AMBIENTAIS

1 comentário:

Anónimo disse...

Tenho uma certa dificuldade em perceber que impacto causará essa medida nas tarifas das "corridas", dado que se terão menos custos, deveria baixar o preço, mas para terem retorno do investimento, a lógica seriam manter o preço a curto-médio prazo, o suficiente para satisfazer o investimento com essa margem de lucro extra, mas assim que atingidos esses valores, supostamente baixariam os preços...o que logicamente neste país nunca acontecerá. Igual com o preço dos combustíveis...se o preço do petróleo aumenta, sobem os combustíveis descontroladamente 2-3-4 cents, mas quando o petróleo baixa...quanto muito o preço da gasolina baixa 1 centimo!
E já agora levanto outra questão. Que sentido faz o preço de venda da gasolina (elevadíssimo derivado do valor dos impostos nacionais sobre os combustíveis) ser superior ao preço do gasóleo, quando este último é um combustível mais poluente que a gasolina?!! Não passaria por aí uma medida lógica e imediata de incentivar ao desuso daquele que tem maior potencial de impacte negativo para o Ambiente?...